sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Dia Mundial da Paz

Tem gente morrendo em guerras, e não é só nos livros de história, tem gente morrendo agora. Tem gente morrendo de fome, gente se agredindo em estádios, tem políticos roubando e crianças assaltando. Tem médicos sendo negligentes, padres pedófilos, pastores aproveitadores e jogadores ganhando milhões. Tem gente anunciando o fim, e tem gente comemorando a virada, tem gente sentindo medo, tem gente buscando saída, tem gente se drogando. Tem criança que atua na Globo, tem criança que vende o corpo. Tem cantores comprando parques, tem gente fazendo piada, tem gente que está indiferente assistindo o noticiário, esperando a aposentadoria e reclamando do salário. A única paz que enxergo por aqui é a paz interior. Eu não quero paz, eu quero voz! Que tipo de paz você quer pra você?

Deixo aqui uma composição de Marcelo Yuka, A Minha Alma (A Paz que eu não quero), na voz de Maria Rita: www.youtube.com/watch?v=O1-6elykpTw

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2010

Encerro 2009 com a certeza de que também sou gente, e gente tem mania de insatisfação. Aquela história do "Ano novo, vida nova" não faria sentido pra ninguém se não fosse verdade. Se desejas uma vida nova, é porque a sua não está boa o suficiente. Pois em 2010 eu quero mais. Eu quero muito mais! Quero mais razão e menos fé, mais paz, mais amor, mais respeito, menos fome, mais ajuda, mais arte, mais felicidade e mais paixão. Quero ver coragem, quero ver gente indo pra Roma derrubar o Papa, mais protesto, mais liberdade de expressão. Eu quero menos silêncio e gritos cada vez mais altos, quero novas perspectivas sem falsas esperanças. Enfim, eu quero poder ver pelo menos um sorriso sincero no rosto de cada pessoa que eu encontrar, porque eu gosto mesmo é de finais, começos têm muitas decepções. Mas mais do que de finais, eu gosto é dos recomeços, da beleza recriada. A todos, que o seu 2010 seja do jeito que quiser!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Não me deixe só

Às vezes eu temo a solidão. Até eu. Naquela noite escura e silenciosa, pode-se dizer que foi pavor o que eu senti. Medo do agora e medo do que me espera lá fora. Eu nunca fui tão forte quanto pareci, mas sempre tentei chegar perto daquilo que eu mesma pensei que fosse, mas logo eu, que sempre achei tão ridículos aqueles apelos implorando por não ter a própria companhia. Logo eu, que considerava realmente sortudos aqueles que naufragavam em ilhas desertas (e sobreviviam). Eu que sempre fui, de fato, a pessoa mais importante da minha vida. Agora eu, com medo da solidão, medo da contradição. Medo de que um eu saia de outro e mate outros tantos dentro de mim, medo de não suportar a minha própria companhia, medo do excesso de informação sem um lugar pra descarregar. Sobretudo, medo de mim, dos meus fantasmas, das minhas próprias críticas, da minha loucura. Provavelmente é esse o filme que aqueles náufragos veem dentro de si, mas eles veem em 3D. Ser humano é bicho sociável e gosta de gostar, o medo da solidão é inevitável e inato, mas às vezes a baixa expectativa é o grande segredo, pra realidade mostrar que não é tão ruim assim. Eu acho até que ela é minha amiga, amizade tem disso...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Consolos Exatos

"Quando não se tiver mais certeza de nada, lembre-se de que a soma dos ângulos internos de um triângulo será sempre de 180º". Animador, não é? Não, eu não sou uma máquina, apenas não tenho a menor paciência e o talento para sentimentalismos.

Closed

É como uma casa que o dono tranca ao sair, tudo nela continua igual quando ele volta, ele é quem muda. Eu guardo meu universo a sete chaves, moro nele, o decoro. Às vezes saio dele, às vezes é ele quem sai de mim. Eu moro em mim, e poucos têm o endereço. É a arte de não ser "Deus e todo mundo", como quem faz um desenho na escola sem copiar o padrão estabelecido pela professora ou olha o que o colega ao lado fez. É uma questão de visão e de escolha, talvez até mesmo de não se importar.